terça-feira, março 01, 2005

Saúde Escolar - Noções I

O Programa-Tipo de Saúde Escolar, preconizado pela Direcção Geral de Saúde, através da sua Divisão de Saúde Escolar, remonta ao ano de 1996.
Tem, por isso, quase uma década sem que, desde então, se tenha verificado qualquer reformulação programática.
Trata-se de um manual composto por 32 páginas. Porém, nada é dito em concreto relativamente a monitorização do mesmo programa-tipo, de modo a retroalimentar e corrigir, de modo evolutivo e reformista, em função da evolução dos vários indicadores de saúde, a essência programática subjacente.
Assim, embora no essencial as premissas se mantenham válidas, há novas realidades: ganhos importantes em saúde oral, novas metas em termos de vacinação, novos desafios em termos de consumo de toxicodependências cada vez mais “químicas e ácidas”, introdução cada vez mais precoce a uma sexualidade activa, entre outros.
Ganha importância cada vez mais acrescida a relação entre o jovem em idade escolar e o médico de família, importância essa que culmina com a solenidade dos exames globais de saúde mas que deverá ser contínua, estreita e íntima.
Desse grau de confiança depende, cada vez mais, a prevenção do estado de doença, a promoção da saúde e o sucesso da filosofia subjacente aos cuidados de saúde primários.
Ao longo deste trabalho, apresentarei as linhas fundamentais do Programa-Tipo de Saúde Escolar, com uma interpretação crítica pessoal e, sempre que possível, recorrendo a informação cruzada mais actual sobre normas de orientação clínica e circulares informativas e normativas que permitam introduzir correcções mais actuais ao mesmo Programa-Tipo.
Sempre que possível, irei recorrer a artigos científicos publicados internacionais, dando a conhecer o que de mais relevante é feito, para melhor, comparativamente a Portugal.
No final, deverá resultar um conjunto de dados que permitam construir um Programa-Tipo de Saúde Escolar para o futuro.
Naturalmente, pela densidade de informação que será tratada, o período de maturação deste projecto, ultrapassa em muito o tempo de avaliação da cadeira de Sistemas de Informação.
De modo despreocupado e descomplexado, a avaliação da disciplina será feita com o que já existir no presente blog, sem prejuízo de ficar já assente que o mesmo continuará a evoluir até que a sua forma final desejada seja alcançada.
Para além da visão que a saúde tem da realidade “saúde escolar”, importa ainda olhar para a visão que a escola deve ter do mesmo assunto e da importância e prevalência que lhe deve consignar no quadro da sua actividade social.
Por isso, centrar-me ainda sobre a realidade das escolas promotoras de saúde e do modo como devem fazer da saúde escolar uma causa não menos prioritária face às demais.
Não sei se algum dia a tarefa estará totalmente concluída mas quero acreditar que sim, neste momento que é como que uma definição de estatuto editorial.
Tentarei ainda ir melhorando o aspecto gráfico e as ferramentas disponíveis ao utilizador deste espaço.
Convido todos os meus colegas a quem dei permissão de serem co-autores o favor de, uma vez concluído o seu trabalho académico no âmbito desta disciplina, poderem continuar a colaborar na sua evolução.
Outros se poderão seguir, passando a co-autores.
Quem sabe se um dia o poder político olhará para este blog como uma referência nacional no contexto da saúde escolar?
Quem sabe?O sonho comanda a vida e eu quero (ainda) acreditar em utopias. Ter os pés bem assentes no céu, ver o mundo ao contrário e continuar a sorrir e a acreditar, pela força inquebrantável dos ideais reformistas.